Neste último final de semana (11 e 12), cerca de 200 pessoas de movimentos sindicais, estudantis, sociais e populares se reuniram no Encontro Regional de Educação (ERE) no Centro de Educação (CE) da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe) em Recife (PE). O encontro, promovido pelo Comitê Estadual em Defesa da Educação, teve como objetivo promover uma discussão ampliada sobre a educação pública brasileira e integra as etapas preparatórias que irão anteceder a realização do II Encontro Nacional de Educação (ENE), que ocorrerá no mês de junho em Brasília (DF).
Rejane Dias da Silva, 1ª secretária da Regional Nordeste II do ANDES-SN, ressaltou a importância de se ter um encontro antes do ENE, em nível regional ,que debata os problemas estruturais de educação enfrentadas no estado. “No encontro, pautamos as questões enfrentadas, especificamente em Pernambuco, como a recente greve dos professores da rede municipal de ensino do Recife e avançamos de modo significativo nas discussões acerca de um projeto alternativo de Educação Pública para o Brasil, que se contraponha ao atual conjunto de políticas educacionais do governo, que buscam a mercantilização, a privatização e a precarização do trabalho e ensino”, disse.
No primeiro dia de encontro foi realizada uma mesa com o tema do II ENE, “Por um Projeto Classista e Democrático de Educação”, que contou com a participação de Giovanni Frizzo, diretor do ANDES-SN e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho sobre Políticas Educacionais do Sindicato Nacional (GTPE) do Sindicato Nacional. Logo após, o tema debatido foi sobre “Pátria Educadora”, com a participação do docente Flávio Brayner da Ufpe, que afirmou que o projeto de governo é um retrocesso para a educação brasileira, pois atende especificamente as necessidades do mercado e não o processo de humanização do indivíduo. Em seguida, a mesa “Democracia e criminalização dos movimentos sociais”, com o palestrante Evson Malaquias, da Ufpe, tocou em um tema que a comunidade acadêmica da Ufpe tem sentido de perto, a criminalização dos movimentos sociais da instituição.
No dia 12, foram realizadas as reuniões de grupos de trabalho, que discutiu os eixos previstos para o II ENE: Financiamento; Trabalho e Formação dos/as trabalhadores da educação; Acesso e Permanência; Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Questões Étnico-raciais; Gestão; Avaliação. Os grupos contaram com uma grande adesão dos participantes e o resultado dessas discussões, apresentado em plenária final do encontro, será encaminhado ao II ENE.
Para a docente, o encontro foi muito importante porque ele conseguiu aglutinar diversas frentes como movimentos estudantis, sociais e populares, sindicatos. “A grande adesão demonstrou que há um compromisso e uma responsabilidade com a educação brasileira. Estamos aqui na Ufpe vivenciando um processo forte do ponto de vista da criminalização dos movimentos estudantis e o que tudo isso significa para a democracia da universidade. Ademais os ataques também estão vindo em forma de projetos como a PEC 10/2014, que cria o Sistema Único de Educação Superior Pública, e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que irá alterar o conteúdo dos materiais didáticos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio de todo o país”, afirma.
Ainda durante o ERE, foram aprovadas duas moções uma em apoio ao Sindicato dos Professores de Educação Básica e outra em repúdio contra os procedimentos realizados pela reitoria da Ufpe pelo prosseguimento do processo administrativo contra estudantes das instituições e um técnico-administrativo.
Fonte: ANDES-SN