O painel autogestionado promovido pela CSP-CONLUTAS no último dia do II Encontro Nacional da Educação, que aconteceu de 16 a 18 de junho em Brasília, discutiu a realidade, precarização e lutas, que vem acontecendo, principalmente, na educação básica, mas também de forma geral no setor da educação no país.
Como ponto central, a privatização que ocorre por meio das parcerias público-privadas foi debatida como principal responsável pela precarização na área. Com denominações que parecem humanísticas, como por exemplo, “Amor de Tia”, essas ações promovem contratação de profissionais não qualificados em creches, por exemplo. “Essa precarização se expressa de formas diferentes nos estados, mas a essência é a mesma, não considerando a educação infantil como parte da educação da criança”, ressaltou João Zafalão, da Oposição Alternativa da Apeoesp, ao dar o informe na mesa pela direção da CSP-Conlutas.
A partir de relatos de representantes de entidades estaduais e municipais presentes na atividade, mostrou-se que a existência de tais parcerias é generalizada e ocorrem de norte a sul do país.
A implantação de projetos como o PL 867/2015, referente ao “Escola Sem Partido”, é outros ataque a ser combatido, uma vez que impede a formação crítica do estudante diante da sociedade, o que é um verdadeiro retrocesso na educação.
Os relatos também expuseram as diversas mobilizações que vem acontecendo no setor, desde as greves do Rio Grande do Sul as do Piauí, passando pelo Rio de Janeiro.
Um elemento que se mostrou como diferencial de qualidade nas últimas lutas é a solidariedade dos estudantes aos profissionais da educação. Além disso, as ocupações em escolas realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Rio Grande do Sul e outros estados, como nova forma de organização de lutas no setor.
Entre as propostas apresentadas estão fortalecer um projeto de mobilização nacional em defesa da educação e abrir o debate nas entidades sobre a relação que devem estabelecer com a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), diante de sua inércia na resistência a tais ataques. No debate sobre esse tema um dos exemplos dados foi a omissão da entidade ao não unificar a luta do setor, por exemplo, durante o massacre que houve em 2015 na greve dos professores do Paraná, quando existiam também outros estados mobilizados.
Fonte: CSP-Conlutas com edição de Comunicação/ENE e imagem de Sergio Gaspar